15 janeiro 2016

Por favor, pare !



Hey Ballerinas!
Hoje vim falar sobre algo que tem me incomodado muito nos últmos meses. Faz tempo que eu não escrevo algo sobre alguma coisa do mundo bailarístico que me entristece, então decidi fazer o segundo post do ano fazendo um alerta para todos nós, professores de ballet, em todos os níveis técnicos.
Todos sabem da grande responsabilidade que um professor de ballet possui na formação técnica de seu aluno, isso não é novidade, apesar de que alguns ainda insistem em realizar um trabalho de pouca qualidade, prejudicando não só o desempenho de seu aluno, mas também seu físico. Mas hoje eu não vim trazer esse tema à tona, fim falar de algo que também traz prejuízos sérios para nossos alunos : Classificação Condicionada. Decidi chamar de classificação condicionada a mania que grande parte dos professores de dança possuem de classificar seus alunos entre aqueles que são bailarinos clássicos e aqueles que não são, principalmente quando ainda são crianças.
Para ilustrar melhor minha ideia vou trazer como exemplo uma situação que uma colega vivenciou na sua escola de dança. Ela estava conversando com um dos professores da academia sobre uma aluna (criança) que possivelmente iniciaria suas aulas de ballet naquela escola. Minha colega comentava sobre a alegria nos olhos daquela criança, e seguia dizendo que imaginava a felicidade dela, pois o sorriso não saía do seu rosto. O professor concordou brevemente com o que a menina estava falando, mas seguiu dizendo que "Ela não era para ballet" e que ela deveria fazer apenas aulas de jazz. A menina se espantou e questionou perguntando o motivo pelo qual aquela criança não servia para ballet, e o professor continou sua ideia argumentando que seu físico (negra e com alguns m´sculos definidos)  não era tão apropriado e que ela dançava de uma forma mais enérgica, que é um ponto positivo no jazz.
Eu não vou me deter na estória, mas utilizei ela para dizer uma coisa para nós, professores:  PAREM DE CLASSIFICAR SEUS/SUAS ALUNAS (OS) APENAS PELO FÍSICO!  Seus alunos se dedicam, fazem aulas de ballet, correm atrás de técnica e merecem uma oportunidade de mostrar que também podem executar esse trabalho. Nós precisamos parar de repetir preconceitos, pois só assim eles serão sanados a longo prazo.


Claro que os contextos são muito diferentes, mas vale a reflexão: Se a professora de ballet de Misty Copeland pensasse como a maioria de nós, ela teria destruído a futura carreria da primeira mulher negra (com seios e músculo maiores que o normal para uma bailarina clássica) a ser tornar primeira bailarina no American Ballet Teather. Você já parou para pensar que apenas uma classificação aleatória poderia ter feito com que aquela professora destruísse o sonho de Misty, que hoje é um ícone mundial no mundo da dança? O Mesmo eu poderia dizer sobre Michaela DePrince, que se parece muito com a menina da estória de contei. Claro que hoje em dia essas bailarinas possuem uma técnica invejável, mas precisaram do incentivo de seus professores enquanto crianças, além de talento e dedicação natos.


Não vou me estender muito porque o texto já ficou enorme, mas queria deixar essa sementinha da cabeça de todos os professores que eu conseguir atingir com esse post. Seja para o que for ( um destaque no festival, um concurso, uma aula aberta ou qualquer outra coisa), vamos parar de dividir nossos alunos em blocos, vamos deixar as possibilidades abertas. Dessa forma eles se sentirão seguros para escolher que modalidade eles se saem melhor e se sentem mais realizados.

Beijos da ballerina que é aspirante a ballet teacher!


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3 comentários:

  1. Respostas
    1. Oi Jadlla, realmente é muito triste essa realidade, amo dar aulas para o baby ballet e ver como elas superam suas dificuldades dia após dia e se satisfazem com pequenas conquistas, não cabe a nós julgar quem é ou não capacitado a fazer parte do ballet clássico..

      bjo

      http://naiamelo.blogspot.com.br/ (Ciranda da Bailarina)

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